A Gucci lançou a inesperada coleção ARIA em uma inédita colaboração com a casa espanhola de moda, Balenciaga, e o Rap tá mais que envolvido nessa história.
A casa italiana mais badalada dos últimos tempos está se tornando centenária, a casa Gucci está comemorando 100 anos de existência e nada mais justo que lançar uma coleção de tamanha imponência equivalente a toda essa gigante história celebrada pela casa italiana, ARIA.
Essa grandiosa história contada em ARIA remonta muitos altos e baixos da Gucci e trás de volta uma aproximação da modernidade acompanhada de perto pelo Rap, toda essa história de renovação e aproximação do publico mais jovem entra em erupção nos anos 90 quando a casa italiana quase pede falência, a marca encontrava diversas dificuldades financeiras com o não interesse do público por suas criações e nem o interesse de pessoas que quisessem assumir o cargo de diretor criativo para redirecionar o futuro da Gucci. Em 1994 Tom Ford corajosamente assume a direção da casa italiana e faz uma verdadeira revolução na moda, produzindo peças mais sensuais e minimalistas que logo viraram desejo de consumo de quase toda mulher no mundo.
Tom Ford e Alessandro Michele respectivamente
Tom Ford ficou até 2004 na Gucci e então saiu do cargo por divergências em seu contrato, foi então que a marca (sob a direção de Frida Giannini) acabou se afastando um pouco mais do imaginário popular que Tom Ford havia construído, até que em 2015 o estilista Alessandro Michele assume a direção criativa da marca, é aqui que o Rap ganha seu papel de parceiro inseparável da Gucci.
Alessandro assim como Tom Ford aproximou a casa italiana de um público mais popular e jovem novamente, mas para a Gucci conseguir voltar aos ouvidos e olhares do mundo moderno eles precisavam de algo que lhes desse essa ligação, é aqui que o Rap entra com força total. O Rap tem uma comunidade muito ativa desde sua criação, o fato de nascer de um movimento fez com que o gênero tivesse muita influência em tudo que se refere as ruas inclusive na moda, foi nessa renovação da Gucci e também do Rap na época que acabou unindo esses dois mundos de maneira inseparável, Alessandro fez como Tom Ford e aproximou a casa italiana ao rap e streetwear com Gucci Mane, A$AP Rocky, Lil Pump e muitos outros.
Em 2015 o site da revista Complex fez uma pesquisa e apresentou um gráfico que mensurava as menções de marcas de luxo em canções do Rap entre 1990 e 2015. Com a imagem abaixo é nítido perceber que a grife mais citada ao decorrer dos anos é a Gucci.
Imagens do desfile da Gucci, Coleção ARIA.
Gucci Mane foi muito Grafico Complex, marcas de luxo x Rap responsável pela ascensão da casa italiana no cenário do Rap sendo convidado para inúmeros desfiles, como avaliador das peças, modelo, colaborador e apresentador também, em 2017 tivemos uma explosão com a música ‘Gucci Gang‘ do Lil Pump que não só se restringiu ao mundo da música mas linkou cada vez mais o streetwear e parte da cultura sneaker a Gucci.
A coleção ARIA de Alessandro Michele já chegou dando oque falar devido a inesperada colaboração com a Balenciaga, na real não foi necessariamente uma colaboração e sim uma homenagem em grande estilo, Alessandro Michele como atual diretor criativo da Gucci está por trás de todo os recentes direcionamentos da marca ao público mais jovem, o estilista se aproximou da comunidade em volta Rap por entender que o mundo mudou e a Gucci deve caminhar junto sem perder sua essência.
O show — que aconteceu virtualmente e foi apresentando mundialmente pelas plataformas digitais da grife — nos convida a adentrar o Savoy Palace, hotel chiquérrimo, em Londres, onde Guccio Gucci, fundador da marca, trabalhava como ascensorista. O que vemos ao passar pela porta, porém, não é alta sociedade hípica inglesa fazendo apostas pelo salão, e sim um mar de câmeras, flashes e o rap “Gucci Gang” estourando na caixa de som. A festa mudou. O mundo mudou. A Gucci mudou. Mas não se perde a essência.
Disse a Jornalista Julia Carneiro em sua análise do desfile para a Glamour.
Alessandro Michele deixou sua estética vintage um pouco de lado para se apegar ao sensual e ousado calibre que ARIA pede, a coleção foi inspirada em Demna Gvasalia (Diretor criativo da Balenciaga) e no estilista Tom Ford que é o responsável pela renovação da Gucci depois de sua quase falência nos ano 90.
A combinação de ousadia e sensualidade resultou em ARIA, as peças possuem diversas referências a Balanciaga tendo até seu nome em diversas delas (mesmo não sendo uma colaboração oficial), sem falar nas clássicas montagens e tecidos da casa espanhola, tivemos também muita referência ao streetwear do qual a Gucci bastante se aproximou nos últimos anos com a ajuda do Rap, tornando a casa italiana muito mais reconhecida por diferentes grupos ao redor do mundo e sendo tida como desejo de consumo posto em milhares de letras do Ritmo & Poesia.
Imagens do desfile da Gucci, Coleção ARIA.
Balenciaga e Gucci pertencem ao grupo Kering oque facilita o contato entre as duas para possibilitar uma coleção grandiosa dessa, coleção essa que já e considerada por muitos como uma das melhores da casa italiana e certamente direciona muito bem os planos da Gucci para os próximos 100 anos, o Rap e a centenária Gucci, ARIA.