Matéria por rapvibe192,
Ghettu Music Camp 2020
O Ghettu Music Camp é um lugar dos sonhos pra qualquer artista independente, o projeto inovador é idealizado pela produtora DUTO sob o comando do rapper e produtor cultural Dughettu que apresenta uma verdadeira seleção de novos artistas, são grandes revelações da música vindas dos guetos urbanos e que vão juntos evoluir musicalmente e aprender o que antes era caro e restrito. DUTO apresenta King, Almajose, Lucas Hawkin, Raffé, Cold Jas, Bieta e Kadu Costa.
DUTO
Madureira, o bairro carioca com sede de duas grandes escolas de samba, com um dos melhores baile charme do país e que revelou inúmeros compositores e cantores para o mundo agora volta seu olhos para a DUTO, é de lá que uma nova safra de artistas sairá, vale ressaltar que todos os artistas são negros e isso é de uma importância enorme da qual a DUTO historicamente sempre teve consciência. É no bairro mais movimentado de todo o Rio de Janeiro que essa história de projetar a evolução de artistas independentes acontece, cercado por favelas, com um comércio de vendedores ambulantes em grande quantidade e ao mesmo tempo um lugar muito boêmio a DUTO se estabelece como um pilar extremamente importante para a música brasileira assim como todas as manifestações culturais que acontecem a sua volta.
Da esquerda para direita são Dughettu, Kadu Costa, King, Raffé, Alma José, Dubrown e Cold Jas
Ghettu Music Camp 2020
O Ghettu Music Camp já havia acontecido em uma edição lá em 2016 e sentiu a necessidade de voltar em 2020 junto com a Universidade Estácio de Sá mesmo com toda essa dificuldade de realizações culturais por conta da pandemia de COVID-19, mas na realidade é a própria dificuldade que move o acampamento, muitos artistas ficaram extremamente perdidos ao longo do ano sem poder fazer seus shows e seguir com seus projetos, e para os artistas independentes essa dificuldade/barreira se torna cada vez maior tendo em vista a pouca formação (e informação) de como proceder nesses momentos, de como levar sua carreira para um outro patamar, de como empreender de fato na música e projetar suas carreiras (todo projeto está acontecendo seguindo as normas de saúde recomendadas pela OMS).
(…) Nós acreditamos no empoderamento das pessoas e estamos honrados em poder revelar novos talentos e novos negócios, gerando um impacto positivo para economia criativa, construindo assim uma sociedade mais justa.
Comentou Cláudia Romano – Vice-presidente de Relações Governamentais, Sustentabilidade e Comunicação da Estácio.
É nesse momento de dificuldade que a DUTO junto com a Universidade Estácio de Sá abriram novamente o projeto do Ghettu Music Camp, dessa vez mais estruturado ainda com palestras, diálogos, suporte, planejamento de carreira e muito mais para que cada artista escolhido conseguisse não só absorver um conhecimento muito maior e com muita qualidade mas que também conseguissem juntos produzir o que ainda não tem nome.
O que ainda não tem nome
Em uma recente entrevista ao RJ TV da rede Globo o Dughettu que é o idealizador do projeto falou um pouco mais da parte musical que esse acampamento vai gerar, são 27 faixas que estão sendo preparadas desde 7 de novembro e vão continuar sendo desenvolvidas até 13 de dezembro, pra além disso terão 7 episódios de uma websérie, contando a trajetória de vida de cada artista. Dentro dessa entrevista tem uma parte muito interessante onde o Dughettu diz que o resultado do que está acontecendo dentro do estúdio com o magnifico produtor Du Brown ainda não tem nome, a atmosfera é realmente essa, são jovens artistas cheios de energia (King, Almajose, Lucas Hawkin, Raffé, Cold Jas, Bieta e Kadu Costa) é impossível cravar oque vai sair dai, só é possível dizer que o resultado vai ser lindo pela qualidade e entrega de cada artista mas é literalmente um universo em criação, quem sabe até um novo gênero musical… essas coisas grandiosas acontecem quando se tem artistas desse nível juntos com um suporte real da DUTO e da Estácio.
Trailer do Ghettu Music Camp que está todo sendo produzido na vertical
Todos esses artistas tem suas características únicas preservadas e vai ser interessante ver o que vai surgir dessa diversidade, uns cantam mais Rap, outros puxam mais pro RnB, alguns desenvolvem bem demais um MPB, já outros como a Cold Jas (que recentemente lançou o EP Vaidade com matéria aqui no site) misturam os ritmos como o Rap Kuduro Trap que ela faz de maneira sensacional, enfim, no fim são diversos talentos juntos saindo da sua zona de conforto (se é que existe conforto pra um artista independente) e criando o melhor da música nesses guetos urbanos espalhados pelo mundo.
Uma galera que ao longo desse tempo teve a capacidade de se conectar, se juntar, pra levar a música pro próximo nível…
Comentou Dughettu em 2016, esse é o espirito do Ghettu Music Camp