Alguns dias atrás Djonga disse que no Brasil, principalmente os negros, vivem em guerra também.
Desde a última quinta-feira (24) a invasão russa na Ucrânia repercute pelo mundo à fora. Aqui no Brasil uma fala do rapper Djonga também trouxe esse debate para a comunidade do rap nacional. O mineiro afirmou via Instagram que “Nós vivemos num país que tá em guerra também” citando Rio de Janeiro como um exemplo do extermínio de jovens, principalmente pretos e pobres, vítimas do crime e da polícia.
“Tô aí vendo geral chocado e tal né. Rússia, Ucrânia, essa coisa toda. Mas eu acho mó viagem, pensar que as vezes a gente não repara (…) que nós vivemos num país que tá em guerra também, uma guerra interna, pesadíssima. O tanto de gente que morre no Rio de Janeiro, e em outros lugares do Brasil. O tanto de jovem que morre na mão da polícia, enfim (…) conflitos territoriais e por aí vai. É tão sinistro ou mais do que essa guerra que tá para acontecer aí e afeta nossas vidas muitos. Mas ninguém fala nada sobre isso” disse Djonga.
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Denúncias de racismo na Ucrânia
Num primeiro momento, para parte do público, essa fala do rapper soou um tanto insensível. Porém após quase uma semana de caos na Ucrânia surgem inúmeras denuncias de racismo e xenofobia na evacuação do país. Portanto agora, o ponto de vista de Djonga faz ainda mais sentido.
Nessa quarta-feira (2) com o caos já instaurado na Ucrânia, Djonga voltou a falar do assunto e compartilhou um post do site Mundo Negro, legendando: “Leia a porra da matéria para ver se entende que até na guerra nossa guerra é dobrada, nojo disso tudo, e principalmente de quem finge que não entende e quer arrumar motivo pra debater“.
A matéria em questão noticia o caso de uma estudante nigeriana que teve de andar por mais de 20 horas para deixar a Ucrânia. A jovem Jessica Orakpo expôs à BCC racismo por parte de um oficial ucraniano que teria dito que negros deveriam ir caminhando.
Algumas horas depois Djonga compartilhou outro post, agora da página Mídia Ninja, mostrando racismo também por parte da cobertura da impressa no conflito. Alguns repórteres chegaram a dizer que os ucranianos são civilizados, cristãos e brancos, portanto não podem ser tratados como refugiados sírios, iraquianos, afegãos ou africanos.
Até mesmo rappers como Mano Brown e Dexter comentaram a publicação da página. “Racismo na caruda é novidade pra quem?” disse Mano Brown. “Nojo, sem novidade” comentou também Dexter.
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