O Hip Hop é mais do que apenas um gênero musical; é uma cultura que engloba elementos como a música, a dança, a arte visual e a expressão verbal. No Brasil, o Hip Hop surgiu na década de 1980, influenciado pelas raízes do movimento nos Estados Unidos (BRONX) e adaptado à realidade social e cultural brasileira. Sua origem remonta às periferias urbanas das grandes cidades, onde jovens negros e de baixa renda encontraram no Hip Hop uma forma de expressar suas vivências, denunciar as desigualdades sociais e reivindicar seus direitos.
O movimento chegou ao Brasil por meio de discos de vinil trazidos por viajantes ou imigrantes que retornavam dos Estados Unidos. Com o passar do tempo, a cultura Hip Hop foi se enraizando nas periferias brasileiras, especialmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.
Inicialmente, o Hip Hop brasileiro estava concentrado na música rap, mas logo se expandiu para incluir outros elementos, como o graffiti, o breakdance e o DJing. Festas de rua, conhecidas como “bailes de Hip Hop”, tornaram-se espaços importantes para a disseminação da cultura Hip Hop e para a formação de novos artistas.
Então, a relevância desse gênero musical aqui no Brasil vai muito além da música, influenciando também o mundo da moda, o comportamento e até mesmo o ativismo político e social. Nos dias de hoje, continua a ser uma voz poderosa não só das periferias, mas da sociedade como um todo, trazendo à tona questões como racismo, violência policial, desigualdade de gênero e acesso à educação e oportunidades.
Além disso, se tornou uma ferramenta de empoderamento para jovens das camadas mais marginalizadas da sociedade. Muitos artistas de Hip Hop utilizam suas letras para contar suas próprias histórias e as histórias de suas comunidades, inspirando outros jovens a acreditar em si mesmos e a lutar por um futuro melhor, longe da desigualdade social, afinal a igualdade é um fundamento sólido e irrevogável do movimento.
Outro aspecto relevante do Hip Hop é o seu papel atual na cena musical brasileira. Artistas de Hip Hop têm conquistado cada vez mais espaço nas paradas de sucesso, nos festivais de música até mesmo na mídia mainstream. Como por exemplo, um dos maiores festivais de música do Brasil e do mundo chamado ‘’Rock in Rio’’ que é realizado na cidade do Rio de Janeiro, contará com diversos nomes internacionais e nacionais de peso como: Mc Cabelinho e coral das favelas, Filipe Ret, Orochi, Djonga, Travis Scott, 21 Savage, Matuê, Criolo, Marcelo D2, Xamã, dentre vários outros.
Além disso, o Hip Hop brasileiro tem se destacado internacionalmente, ganhando reconhecimento em países ao redor do mundo e chamando atenção de artistas com renome despertando interesse em parcerias musicais, ou seja, os chamados ‘’FEATS’’.
A real é que o Hip Hop não somente aqui Brasil, mas como também em todo mundo, é muito mais do que apenas um gênero musical. É algo que reflete as realidades e os desafios enfrentados pelas comunidades das periferias urbanas. Sua atual relevância reside na capacidade de dar voz aos ‘’marginalizados’’, de promover a inclusão social e de inspirar uma nova geração de artistas e ativistas. Enquanto o Hip Hop continuar a ser uma forma de expressão autêntica e uma ferramenta de resistência, sua importância na sociedade brasileira só tende a crescer.