A importância histórica do Breaking na cultura hip-hop.

Foto e texto de: Isabelle India,

Editorial BREAKING RULES, a history about Breaking. 

Na década de 1970, com a violência e racismo assolando bairros pretos e latinos, as quebradas de Nova York se tornaram áreas dominadas por gangues. Grupos como os Ghetto Brothers, Black Spades, Savage Skulls, entre outras, dividiam o domínio do Bronx, criando um clima tenso por causa da crescente rivalidade. Quando um dos membros do Ghetto Brothers foi assassinado por um integrante de uma gangue rival, os líderes de todas as gangues se juntaram pra firmar um acordo de paz. No lugar da violência e rivalidade, surgiu uma das mais importantes expressões culturais do século XX: o Hip Hop. 

Na época, o DJ Kool Herc era o brabo das festas no Bronx, nas suas famosas “block parties” o DJ jamaicano foi consagrado como o pai do Hip-Hop ao mudar a forma de usar os toca discos: notando a reação da galera que dançava na festa ao tocar partes específicas das músicas, Herc passou a isolar a parte instrumental do disco (o “breakdown” ou “pausas”) e mudar de um break para o outro repetidamente, criando um som que fazia os dançarinos acompanharem as batidas com o corpo. Daí surge o “Breaking”, popularizado erroneamente pela mídia como “Break Dance”. Herc nomeu os dançarinos como b-boys e b-girls nas festas, que derivam de break-boys e break-girls. O Breaking se tornou a manifestação corporal do Hip-Hop. As Crews davam lugar as gangues e as tretas territoriais antes resolvidas com violência, agora eram resolvidas nas batalhas de dança entre as Crews.

O Breaking foi tomando força, chegando em outros bairros e ganhando novos espaços. 1 dos 4 elementos da cultura Hip-Hop toma as ruas, as praças, e os b-boys e b-girls criam sua estética própria: as boombox, roupas largas, Puma no pé, kits da Adidas e Kangol, durags, luvas e correntes. O Breaking chega com força no Brasil na década de 80, Nelson Triunfo e a Funk & Cia levaram a dança para as ruas do centro de São Paulo e enfrentaram a repressão da polícia, que via como um ato de subversão e desobediência civil, tornando a São Bento um marco zero do Hip-Hop em SP. 

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