A Contribuição de Vini Jr. como Marco Histórico na Luta Contra o Racismo em Escala Global, Entenda.

Assim como Rosa Parks, que se tornou um símbolo da resistência ao racismo ao recusar-se a ceder seu lugar no ônibus para uma pessoa branca em 1955 no Alabama, e também como Martin Luther King, que liderou movimentos pelos direitos civis, como o direito de negros frequentarem uma piscina de hotel em 1965, a postura de Vinicius Jr. diante de torcedores racistas deve ser vista como mais um desses momentos históricos que destacam uma posição importante na luta contra o racismo.

Reconhecer esse acontecimento como um marco nos permite entender a profundidade histórica e complexidade da persistência do racismo. Após a repercussão global desse incidente, que transcendeu o âmbito do futebol e assumiu contornos diplomáticos, a Europa tem agora a chance de confrontar e reconhecer seu próprio racismo. Embora seja doloroso confrontar as cicatrizes deixadas pelo colonialismo, isso é necessário e urgente. Sem uma reflexão profunda, continuaremos limitados a punições individuais, que são importantes, mas não atacam a raiz do problema.

O avanço da extrema-direita na Europa não pode ser desculpa para a inação ou para encarar a violência racial apenas como um crime de ódio. A normalização do racismo é uma das maneiras pelas quais ele se perpetua. A “banalidade do mal”, conforme Hannah Arendt, não significa que o mal seja trivial, mas sim que ele se torna parte de um projeto social, sendo visto como algo comum e corriqueiro.

Nesse contexto, o mundo do futebol parece ser um terreno fértil para isso, onde a paixão pelo esporte muitas vezes supera tudo o mais. É um espaço onde insultos racistas podem ser minimizados, como se dentro do estádio, durante o calor da partida, todas as regras perdessem sua validade. O caso de Vinicius Jr. é marcado por eventos chocantes. O presidente da liga espanhola acusou o jogador de prejudicar a imagem do Real Madrid. Em outras palavras, ele sugeriu que Vinicius Jr. devesse ignorar os insultos racistas e as demonstrações de ódio para não prejudicar o andamento do campeonato. Esse tipo de argumento evidencia claramente que a perpetuação do racismo é um projeto enraizado em uma ideologia e numa herança colonial não resolvida.

Apesar de ser uma luta constante na vida de muitas pessoas no Brasil e no mundo, Vinicius Jr. é um exemplo de superação e força de vontade, mostrando que as desigualdades precisam ser sim ser combatidas de frente e, por mais revoltante e difícil que seja, vale a pena lutar! Toda luta não é em vão!

As reações a esses episódios lamentáveis envolvendo Vinicius Jr. não serão suficientes para eliminar o preconceito, pois não há uma solução mágica contra o racismo. Não existe uma única resposta ou remédio. Devemos evitar cair na armadilha de pensar que punir os torcedores, os clubes e as ligas seja o suficiente. O problema está enraizado na sociedade espanhola, na Europa, no mundo e na naturalização dessas práticas racistas ao longo dos séculos.

O atleta Vinicius Jr., campeão da Liga dos campeões de dois mil e vinte e quatro (2024), bateu o record de Messi, sendo o primeiro brasileiro e mais novo jogador de futebol a marcar gols em duas finais da “Champions League”. Gritos como de “Vinicius Jr., Bola de ouro” foram entoados ecoaram no estádio após a vitória do Real Madrid em cima do Borussia e uma sensação de dever cumprido ou parte dele, tomou o sentimento de milhares de pessoas em todo mundo. Uma batalha dentro de campo foi vencida e fora das quatro linhas? Ainda tem muito para percorrer, mas a esperança de um mundo melhor e sem desigualdades nunca vai morrer. Vinicius Junior, uma referência de luta, foco e resistência!