Breaking, um dos pilares do hip-hop, vai estrear nas Olímpiadas de 2024

Mauro Puccini / Red Bull Content Pool
Mauro Puccini / Red Bull Content Pool

Com o fim das Olímpiadas de Tokyo 2020 os olhares estão voltados agora para Londres 2024; mas os fãs de hip-hop tem um motivo a mais para comemorar, pois o breaking será a mais nova modalidade olímpica.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao fim neste último domingo (8). Entretanto a próxima edição das Olímpiadas acontecerá na capital francesa em 2024, prometendo novas emoções com uma grande diversidade esportiva, incluindo a estreia do breaking como modalidade.

O breaking já havia sido incluído nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires em 2018, dessa forma atraiu os olhares do Comitê Olímpico Internacional (COI), claramente dispostos a rejuvenescer a audiência das Olímpiadas e conquistar novos fãs. À exemplo do sucesso que as novas modalidades como o skate e o surfe fizeram em Tóquio.

Durante a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 até mesmo Galvão Bueno deu aquela cavada se mostrando disposto a narrar o breaking em Londres. Já imaginou?

Nas Olímpiadas de Paris em 2024, a competição de breaking será dividida em dois eventos: um masculino e outro feminino. As batalhas solo contarão com 16 b-boys e 16 b-girls, que em duelos serão avaliados por um grupo de juízes. Conforme o cronograma oficial o evento deve ocorrer entre os dias 26 de julho e 11 de agosto de 2024.

Mas o que é o breaking?

Um dos pilares que estruturam a cultura hip-hop ao lado do MC, DJ e Grafite, o break é uma importante ferramenta de educação social. À principio o breaking surgiu como uma das vertentes do street dance no Bronx em 1970.

DJs como Kool Herc, Grandmaster Flash e outros organizavam festas de rua em seus bairros e tocavam duas cópias do mesmo disco, mixando para prolongar a parte de breakdown das faixas. Nesse momento os praticantes corriam para a pistas demonstrar as habilidades.

Assim como os demais elementos do hip-hop, de certo modo o break substituiu a violência. Com os moradores das periferias de Nova York adotando a dança como uma forma da disputa por território, no lugar das gangues, surgiram várias crews de b-boys e o mundo todo só tem a agradecer por esse movimento.

Recentemente o portal Alma Preta fez uma excelente matéria sobre o tema, ressaltando a importância de políticas de investimento no Brasil para assegurar a presença de jovens periféricos em condições ideais de disputa em Londres.

Principais nomes no Brasil

Pelezinho

Pelezinho é uma das maiores estrelas brasileiras do breaking. Porém de antemão já disse que se vê em Londres 2024 apenas como técnico, já que está aposentado das competições. O paulista acredita que japoneses, holandeses, norte-americanos, chineses e russos são fortes candidatos a medalha em 2024. Contudo ainda vê o Brasil na briga e destaca nomes como os cearenses Mateus Melo (Bart) e Francisco Cleiton Verçosa (Till) e o paraense Leony Pinheiro.

Neguin

O b-boy nascido e criado no Paraná foi influenciado pela capoeira, música e artes, e acabou apaixonado pela dança. Atualmente, além de fazer parte do time do Red Bull BC One All-Stars, Neguin é o único latino americano com o título de campeão mundial e o dançarino que mais carrega títulos em competições internacionais. Nesse sentido Neguin, o “dançarino das estrelas”, já se apresentou para nomes como Madonna, Fergie e Justin Timberlake.

Rap Forte Breaking, um dos pilares do hip-hop, vai estrear nas Olímpiadas de 2024
Neguin e Mano Brown / Foto: Instagram

Miwa Kozuma

Na ativa desde 199 Miwa é diretora do grupo de breaking feminino Bonnitas Crew foi uma das primeiras b-girls brasileiras a ganhar reconhecimento no exterior. Campeã das competições “Sudaka 2007” (Chile), “El Rey del Seven 2 Smoke 2009” (Venezuela) e “KB Battle Original Flavor 2013” (Israel). Contudo atua também como produtora, realizou o primeiro festival feminino de hip hop “FNMH2 Festival” (São Paulo, 2013 e 2014) e é responsável pelo “Elas por Elas” (2012), primeiro documentário brasileiro sobre mulheres no hip hop. Além disso escreve para o site Breaking World.