Djonga faz discurso potente no Rap In Cena e denuncia perseguição contra o hip hop e o funk

Foto: @_thalesilva

Diante de mais de 20 mil pessoas no Parque Harmonia, em Porto Alegre, o rapper mineiro falou sobre resistência, ocupação de espaços e a importância da nova geração na luta por representatividade.

O rapper mineiro Djonga protagonizou um dos momentos mais marcantes do Rap In Cena 2025, que reuniu mais de 20 mil pessoas no último domingo (18/10), no Parque Harmonia, em Porto Alegre (RS). Durante sua apresentação, ele fez um discurso forte sobre a perseguição ao hip hop e ao funk, destacando o papel histórico dessas culturas e a importância da nova geração em dar continuidade à luta por representatividade.

“A cultura hip hop, a cultura do funk, tá sofrendo a maior perseguição dos últimos tempos da nossa história. É prisão, é invadindo a casa dos nossos artistas, é chamando pra depor em CPI. Mas nós vamos resistir, porque esse é o nosso ganha-pão”, afirmou o artista, sendo ovacionado pelo público.

Em um tom de reflexão e convocação, Djonga também ressaltou que o incômodo das elites não está nas letras ou nas atitudes dos artistas, mas sim na ocupação de espaços antes negados à população preta e periférica. “O que incomoda não é o que a gente fala nas músicas. É a gente agora ocupando os espaços que até outro dia eram só deles”, disse, arrancando aplausos e gritos de apoio da plateia.

O discurso aconteceu na 11ª edição do Rap In Cena, o maior festival de hip hop do Brasil, com o qual Djonga mantém uma relação de longa data. Desde as primeiras edições, o rapper é presença constante no evento, e seu nome se tornou um dos símbolos da conexão entre o festival e a voz das ruas.

Após o discurso, Djonga encerrou o show com a faixa “O Mundo é Nosso”, em um momento de coro coletivo que sintetizou a energia e o significado de sua fala. O público, em uníssono, transformou o Parque Harmonia em uma verdadeira celebração da resistência cultural.