A partir de hoje (8), o documentário musical do rapper Emicida pode ser visto no Netflix, o filme produzido pela Lab Fantasma é uma verdadeira aula de história da cultura brasileira.
O documentário “AmarElo – É Tudo Para Ontem“, do rapper Emicida, estreou nesta terça-feira (8) no Netflix, o principal serviço de streaming de filmes, séries e documentários do mundo. Está é definitivamente uma vitória para o rap nacional, alcançar um patamar tão alto da mídia mundial abordando um tema extremamente necessário e infelizmente atual, o racismo.
Em um ano como 2020, em que a importância da luta antirracista ficou evidente após assassinatos brutais muito recentes como George Floyd, nos Estados Unidos, Beto Freitas em Porto Alegre e a morte das crianças Emilly e Rebeca no Rio de Janeiro. O filme de Emicida lança uma réstia de luz para o nosso futuro, mostrando que ainda há esperança de dias melhores.
Dividido em três atos: Plantar, Regar e Colher, fazendo uma analogia aos processos que ele entendeu melhor cultivando suas hortaliças, o filme dura cerca de 1h30 e traça um fio sobre a história da cultura e dos movimentos negros no Brasil, com destaque para o último século. O enredo do filme gira em torno do show memorável de Emicida no Theatro Municipal de São Paulo, em 27 de novembro de 2019.
O doc conta com a presença de personalidades como Fernanda Montenegro, Zeca Pagodinho, Pabllo Vittar e Jé Santiago, da Recayd Mob.
O documentário é repleto de referências dos artistas negros que alavancaram a musica brasileira, comenta sobre o “neosamba”, estilo que Emicida diz fazer, com referências que vão de Jovelina Pérola Negra e Clementina de Souza a Marcelo D2 e Rappin’ Hood e nas entrelinhas uma crítica a falta de conteúdo nos sons atuais, em um determinado momento do filme ele solta a frase “quanto melhor a música, menos a rádio toca“ e o verso de “Ismália” que diz “um corpo negro morto é tipo um hit nas paradas, todo mundo vê, mas essa p* não diz nada“.
A estreia de “AmarElo – É Tudo Para Ontem” movimentou as redes sociais e até agora, só tem recebido avaliações positivas, a tag “#EmicidaAmarEloDOC” ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter do Brasil.
O longa começa com um provérbio Iorubá que diz “exu matou um pássaro ontem, com a pedra que arremessou hoje”, mostrando auge alcançado hoje, faz parte de um árduo processo que deriva de uma história anterior.
Assista o trailer oficial do documentário no Youtube:
Uma imagem publicada pelo próprio Emicida no Twitter e que simboliza a importância desse trabalho lançado hoje, é o registro de internos da Unidade Prisional de Balsas, no Maranhão, assistindo o documentário.
Confira abaixo:
Unidade prisional de Balsas. Cidade de Balsas, no Maranhão.
Obrigado irmãos, essa me emocionou.
? pic.twitter.com/HSi7N5iQEs— emicida (@emicida) December 8, 2020
Ouça o disco “AmarElo” no Spotify: