GRANDES LITERATURAS DO RAP NACIONAL

Através da frase do pensador Cícero Neto, e nosso título da matéria, “Eu me armo de livros e me livro de armas”, trazemos pra vocês cinco grandes literaturas do nosso rap nacional. Vem desde nossa velha escola no hip hop, com mestres de peso que representam a cena a muitos anos desde Nelson Triunfo, passando para Thaíde, Renan Inquérito, Gaspar Z’Africa Brasil e fechando com o saudoso Sabotage, nosso 2 Pac do Rap Nacional.

Vamos seguir os clássicos:

 

01. Livro: Nelson Triunfo – Do Sertão ao Hip-Hop

Autor: Gilberto Yoshinaga

Editora: Shuriken Produções / LiteraRua.

Ano: 2014

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Um dos grandes livros que li ainda em 2015 foi, sem dúvida, Nelson Triunfo – Do Sertão ao Hip-Hop”, do jornalista Gilberto Yoshinaga, lançado um ano antes pelos selo Shuriken Produções e LiteraRua. A obra caudalosa – 366 páginas de um texto articulado e fluido – percorre toda a vida desta personagem lendário do movimento hip-hop e da cultura black brasileira. Nascido em Pernambuco na cidade de Triunfo – que batiza o seu sobrenome artístico – Nelsão morou no Rio de Janeiro (ainda criança), Bahia e Brasília, antes de se estabelecer em São Paulo, na região da Penha. Foi em Paulo Afonso (BA), aliás, que ele, recém-saído da adolescência e já morando longe dos pais, começou a praticar duas atividades que se tornariam fundamentais em sua vida: o atletismo e a dança.
Com o passar dos anos, porém, a dança tomaria espaço definitivo em sua rotina, tornou-se a maneira dele se expressar e até parte de sua sustentação financeira. Movimentando seu corpo fino e comprido de maneira frenética e avassaladora (que seus amigos chamavam de “troncho”, uma fusão de ritmos pop trazidos pelo cinema, tv e rádio, misturada ao caldeirão de tradições populares nordestinas), Nelson Triunfo ajudou a definir as bases do funk e do soul praticado no Brasil na década de 1970. Ainda na Bahia formou um grupo, Os Invertebrados. Depois de um período de peregrinações pelos bailes do Rio de Janeiro (mas morando em Brasília), partiu para Sampa em definitivo, onde decidiu que não voltaria ao emprego-com-horário-e-carteira-assinada, mas iria se dedicar-se com empenho à prática da dança.
Passou a frequentar programas de auditório da tv e a apresentar-se nos grandes bailes black, percorrendo o circuito de toda a cidade, além da Grande SP, outros municípios do interior, outros estados e países. Criou nessa época dois dos grupos de dança mais importantes da cena jovem de São Paulo: o Black Soul Brothers e algum tempo depois o Funk & Cia. Com o último grupo, Triunfo gravaria em 1990 um discreto disco homônimo. O enredo coeso da obra traça um perfil do Homem-Árvore (um dos vários nomes com que Triunfo foi batizado ao longo da carreira, por conta de sua enorme e famosa cabeleira), enfocando suas relações familiares, a dedicação à arte como linguagem norteadora da educação, os projetos sociais nos quais se envolveu, os primórdios da criação  da Casa do Hip-Hop, em Diadema, SP.
O relato de Yoshinaga vai além da biografia de Triunfo, e fala da cena cultural negra brasileira. Aborda também diversas questões políticos-sociais, como a truculência policial que infinitas vezes abordaram e prenderam os dançarinos por vadiagem e outros eufemismos, apenas porque estavam dançando nas ruas e praças. Faz também uma panorâmica dos movimentos de resistência marginalizados na periferia, desde os bailes black na década de 70, passando pelo nascimento do movimento hip-hop brasileiro a partir dos encontros na estação São Bento do metrô nos anos 80,  e refluindo em importantes reflexões sobre a preservação da cultura popular, as relações sociais desiguais, o respeito à natureza em todas as suas variantes e a necessidade do diálogo para construir pontes.
Obra rica e extensa, Nelson Triunfo – Do sertão ao hip-hop, de Gilberto Yoshinaga, não cria mitos, mas corrobora para eternizar o humano ser, em sua beleza, complexidade e cidadania.

Texto extraído do site:http://escobarfranelas.blogspot.com/2016/02/resenha-livro-nelson-triunfo-do-sertao.html

 

02. Livro: Thaíde: 30 anos Mandando A Letra

Autor: Gilberto Yoshinaga

Editora: Novo Século

Ano: 2016

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Um dos pioneiros do rap brasileiro, Thaíde, hoje também conhecido por seu trabalho como ator e repórter televisivo, está celebrando 30 anos de carreira. Nessa trajetória escreveu perto de 100 canções, distribuídas em seis álbuns com seu antigo parceiro DJ Hum, um disco solo e algumas coletâneas, entre outros trabalhos.

Organizado e escrito pelo jornalista Gilberto Yoshinaga, este livro traz 30 letras de rap de Thaíde comentadas e contextualizadas. Assim, podemos conhecer as diferentes circunstâncias, acontecimentos, experiências e reflexões que inspiraram a criação de cada uma delas.

Não é exagero afirmar que essas letras contam boa parte de nossa história, sobretudo sob o ponto de vista da periferia, da população pobre/oprimida e do povo afro-brasileiro.

Mais além, elas também trazem denúncias sobre diversas injustiças e arbitrariedades; homenagens a mártires históricos, ao povo brasileiro e à cultura hip- hop; e mensagens de conscientização sociopolítica e de exaltação da cultura afro-brasileira e do orgulho negro, entre outras.

Trata- se de leitura indispensável para conhecermos um Brasil que não é ensinado nas escolas, mostrado nos cartões-postais nem reportado nos meios de comunicação convencionais.

Texto de resumo extraído do site: https://www.travessa.com.br/thaide-30-anos-mandando-a-letra-1-ed-2016/artigo/ea32f6a1-be14-4c26-b85e-9111d558712d

 

03. Livro: Poesia Pra Encher A Laje
Autor: INQUÉRITO, Renan
Editora: LiteraRUA
Ano: 2016

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Você chegou ao livro certo. Verso a verso.” decreta Marcelino Freire no prefácio da segunda obra literária do poeta INQUÉRITO, Renan. Leitura leve para dias pesados, POESIA PRA ENCHER A LAJE despeja em suas 96 páginas a mais autêntica poesia concreta misturada nessa argamassa de palavras e formas.  “(…) é lata na cabeça pesando. concreto. sobe tijolo, desce latão. concreto.” Com impecável acabamento em formato moleskine, como se a gente espiasse diretamente no caderno ou a própria alma rebocada da quebrada. Sentimentos, cimento, cotidiano, brita, temas sociais, feito papo reto, no grito, no pé do ouvido. Sem acordos e normas.

Texto do resumo, extraído do site: http://www.literarua.com.br/livro/poesia-pra-encher-a-laje

 

04.  Livro: O Nomade
Autor: Gaspar Z’África Brasil
Ilustrações: Mirage
Editora: LiteraRUA
Acompanha: EP audiobook com cinco músicas
Ano: 2018

 

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O Nômade é a história ilustrada de um viajante que circula os mais diversos cantos do mundo na velocidade dos versos de Gaspar, um dos mais respeitados rappers do país, integrante do grupo Z’Áfica Brasil. O Livro é todo ilustrado pelo graffiteiro Mirage, com desenhos para colorir. Obs. O livro acompanha um cd bem bacana com cinco faixas.

Texto extraído do site: http://www.literarua.com.br/livro/onomade#:~:text=O%20N%C3%B4made%20%C3%A9%20a%20hist%C3%B3ria,Mirage%2C%20com%20desenhos%20para%20colorir.

 

05. Livro: Sabotage – Um Bom Lugar
Autor: Toni C.
Editora: LiteraRUA
Ano: 2013

 

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Sabotage é um artista que reúne a rara combinação da fineza e simplicidade de um papel de seda. Filho de dona Ivonete e seu Júlio, era irmão caçula de Paulinho e Deda. A esferográfica o atraía mais que a bola no campinho na favela do Canão onde cresceu. Casou com Dalva, teve três filhos: Wanderson, Tamires e Larissa. Viveu em meio à criminalidade e a fama, o descaso e o sucesso.Rap é Compromisso, de 2001, seu único disco em vida, é um marco para o Hip-Hop brasileiro. O Rap ele misturou com Samba, Rock, Eletrônico. Atuou em grandes filmes e colecionou prêmios. Foi violentamente assassinado em 2003 no auge de sua carreira. Dez anos depois, ressurge nessa biografia, só para provar a frase que junto com ele se eternizou: “Rap é Compromisso, não é viagem!”

Texto do resumo extraído do site: http://www.literarua.com.br/livro/rap/sabotage-um-bom-lugar

 

Na próxima semana outra coleção dos clássicos da literatura do nosso rap nacional.