Indicado à premiação internacional, Djonga é destaque no Jornal Nacional.

Se prepare pra ver preto sem matar e sem roubar no seu jornal, o rapper mineiro Djonga foi notícia no Jornal Nacional por sua indicação ao BET Hip-Hop Awards.

2020 etá sendo um ano e tanto para o rap nacional, cada vez mais as mídias tradicionais voltam a atenção para o gênero que tanto amamos e a milianos está na luta por igualdade e melhores condições de vida para a periferia. Prova disso é reportagem especial exibida nesta terça-feira (13) em rede nacional no principal telejornal brasileiro. O Jornal Nacional, apresentou uma reportagem, da jornalista Fabiana Almeida, sobre a indicação de Djonga ao BET Hip Hop Awards. “Com uma obra voltada para o antirracismo o rapper mineiro Djonga é o único representante brasileiro num prêmio internacional de hip hop.” foram com essas palavras que o âncora do JN, Willian Bonner, evidenciou o trabalho de Gustavo Pereira Marques em horário nobre para a burguesia ver.

A equipe de reportagem da Globo foi até a Zona Leste de Belo Horizonte e apresentou uma das famílias mais queridas do rap nacional para todo o Brasil. Logo na entrada o câmera já foi recebido com o carisma de Jorge, filho mais velho do Djonga., que talvez hoje nem tenha dimensão do quão gigante é a contribuição de seu pai para o movimento hip-hop. “Pode entrar”, convida Jorge, filho de Djonga.

Muito confortável o rapper mineiro não escondeu que é das origens que vem suas maiores inspirações.

“Minha família é uma família de preto, gosta de fazer festa demais, entendeu? E festa, uma das coisas que não pode faltar é música. Então, eu cresci ouvindo muita música, de tudo quanto é estilo que você imaginar”, conta Gustavo, ou melhor Djonga.

Djonga conta que suas inspirações vão de Elza Soares, Milton Nascimento, Cazuza aos Racionais. E foi essa rica mistura que o ajudou a traduzir em rimas as desigualdades sociais, a violência que quando o assunto é racismo, Djonga não tem meias palavras e coloca fogo nos racistas.

“Tipo, tem situações que você nunca imaginaria que seria possível você conseguir ser discriminado. Você é. E aí, diante disso, você começa a entender o tamanho da estrutura. E como que a gente tem que lutar de fato, e como que a luta é muito mais pesada e mais séria do que parece. Não é uma coisa só de boca para fora. E ainda assim, o lance era bater no peito e falar: ‘vamos longe’”, diz Djonga.

Como puderam acompanhar aqui no portal Rap Forte, o rapper mineiro foi o primeiro brasileiro indicado ao prêmio BET Hip Hop Awards, realizado nos Estados Unidos. Djonga concorre na categoria de melhor artista internacional com rappers da França, Reino Unido, África do Sul e Quênia. A premiação acontece em 27 de outubro.

“Isso não é Djonga no Jornal Nacional, isso é Maria Eni e Rosângela no Jornal Nacional. Mulheres daqueles que constrói de verdade o nosso país.” Publicou Djonga na sua rede social fazendo questão de exaltar as mulheres brasileiras.

A família de Djonga que está sempre ao seu lado e tem o amor declarado em várias de suas músicas, também protagonizou cenas dessa reportagem. Dona Maria, a avó de 84 anos, é referência para ele e acompanha o neto até nos shows. Com bom humor e aquele sotaque mineiro raíz quando perguntada pela repórter sobre a boa fase vivida ela diz: “Então agora eu estou tirando o atraso.”

“Agora que eu estou aproveitando a minha vida. Nunca fui de sair para festa, bar e farra, o tempo não dava”, conta Maria Eni Viana, avó de Djonga.

A mãe de Djonga, Rosângela Pereira Marques, revelou que a desconfiança hoje deu lugar ao orgulho do trabalho de seu filho.

“Eu chamei meu marido e falei: ‘vamos entregar na mão de Deus’. Aí nós abençoamos e falou para ele seguir o caminho dele”, conta Rosângela.

 

Confira a reportagem completa de Djonga ao Jornal Nacional republicada pelo Rap Forte:

https://www.instagram.com/p/CGUm2iFj4BO/