Se o projeto de lei Rap Music on Trial for sancionado impedirá os promotores de usar letras como prova de crimes.
Certamente não é novidade que letras de rap tenham sido usadas pelos tribunais americanos para comprovar supostos crimes cometidos por artistas. Alguns exemplos mais famosos são os de Tekashi 6ix9ine com a canção “Gummo“; Drakeo the Ruler com “Flex Freestyle” em 2019 e Tay-K com “The Race” em 2017.
No entanto artistas como Jay-Z; Meek Mill; Big Sean; Robin Thicke; Killer Mike; Big Sean; Fat Joe e Vic Mensa lideram um movimento que pede mudanças na lei de Nova York. Dessa forma esperam que o projeto “Rap Music on Trial” impeça que letras de rap sejam usadas como “confissões” em julgamentos.
Os rappers também contam com o apoio de políticos influentes como Brad Hoylman e Jamaal Baileyque que ajudaram a aprovar essa lei no senado. “Em todo o país, estamos vendo uma tendência perturbadora de promotores apresentando o produto do trabalho de um artista como prova contra eles em um julgamento criminal”, disse o senador democrata ao FOX 5 NY na época. “Os promotores estão dizendo ao juiz e ao júri: ‘Vocês deveriam interpretar essa música, as palavras da música, literalmente’.” completou.
Outro caso que ajudou a reforçar essa tese é o de Vonte Skinner. Em 2014, a Suprema Corte de Nova Jersey ordenou um novo julgamento para o rapper depois que os promotores garantiram uma condenação por homicídio usando suas letras. Por fim o tribunal entendeu que “Letras de rap… não podem ser usadas como prova de motivo e intenção, exceto quando tal material tem uma conexão direta com as especificidades do delito para o qual é oferecido como prova. Portanto o valor probatório da prova não é superado por seu aparente preconceito.”