O artista carioca comenta que já trabalhou nas ruas para levar alimento para família. Nascido e criado na favela, desde pequeno sonha com a carreira na música.
O preconceito com os Rappers no Brasil ainda é muito grande. As letras em forma de rima mostram a realidade do povo brasileiro e suas dificuldades, os problemas políticos e econômicos. O que era para ser liberdade de expressão, muitas vezes se tornam problemas maiores para esses artistas.
O rapper Ryan Realcria uma das revelações da cena em 2020 acredita muito no poder de transformação da sua música e está sempre em evolução para atingir todos os públicos. “Eu tô elevando num nível muito diferente do que eu era antes. Eu desejo atingir a rapaziada toda, tanto a garota jovem, a rapaziada mais velha. Eu quero agradar a todo mundo com a minha música, quero que todo mundo ouça os meus sons, mostre para os seus filhos, mostre para os seus pais e é isso.”
Ele comenta que as parcerias em suas músicas estão vindo de forma natural, como resultado do seu trabalho. ‘’Eu tô achando isso incrível porque eu to vendo desenvolvimento do meu trabalho, as coisas estão acontecendo, graças a Deus. Quem vem pra somar a gente abraça, porque eu gosto de somar também. Quem vem para atrasar a gente deixa de lado.’’
Há menos de 2 meses o rapper lançou uma colaboração com Azzy, uma das vozes mais fortes entre as mulheres:
Ryan fala sobre a dificuldade de ser músico no Brasil, a falta de investimento na área para novos profissionais, e compara o país com os Estados Unidos. ‘’Nos Estados Unidos as coisas são bem mais fáceis, lá tem escola de música, escola de rima, tem escola de tudo, ensinam composição, lá tem preparo. Quando querem ser músico lá, eles tem apoio, aqui no Brasil quando você quer ser músico as pessoas acham que você é vagabundo, que não quer nada da vida. Ai quando da certo, as pessoas começam a apoiar, é assim que acontece aqui no Brasil’’ comenta ele.
Ele conta ainda que o rapper sempre vai ser alvo de preconceito pela forma como mostram a realidade da população e do país através da música.
É a liberdade de expressão e tem muita gente que não aceita isso, você vê que tem vários Rappers sendo intimados porque eles contam a realidade que acontece dentro das suas favelas. O rapper sofre muito preconceito porque vai contra o sistema.’’
Em um momento de empoderamento da mulher, da comunidade LGBTQI+, da população negra, Ryan acredita que uma população sem preconceitos, é uma população mais feliz. ‘’A gente está vivendo um momento de empoderamento da mulher, da população negra, e da comunidade LGBT, o papel da música nesse momento é mostrar para as pessoas, para a população machista e preconceituosa, é que um país sem preconceito e sem desigualdade é um país mais feliz. Cada um tem a sua criação, o seu aprendizado. Se as pessoas enxergassem as coisas de outra forma, iam respeitar que cada um tem o direito de ser o que quiser, desde que nos trate com respeito, que aí o respeito vai ser mútuo.‘’
Ryan finaliza contando que nasceu e vive na favela, e sempre foi batalhador. Sempre feliz, carismático e fazendo as pessoas rirem e sorrirem, sonha desde pequeno com a carreira na música. ‘’Eu sou da favela, sofredor, já trabalhei na rua para ajudar a família em casa, criado na favela com sonho desde pequeno de ser músico. Eu sou uma pessoa carismática, que gosta de ver o bem de todo mundo, que gosta de rir, gosta de descontrair com os amigos. Só quero ver o bem de todo mundo, a minha família feliz, todo mundo sorrindo, com a barriga cheia. Vocês podem esperar de mim daqui pra frente só coisas boas, produtivas, só bons trabalhos, porque eu tenho preparado muita coisa boa pro meu público e meus fãs.’’
Assista abaixo o clipe de “Aquelas Crocância” um dos sucessos mais recentes do rapper:
Ouça o artista também no Spotify: