O brasiliense Don Gerson lançou recentemente o clipe de “O Homem do Fim do Mundo” repleto de referências e com direção de Alan Aktreze.
O rapper, escritor, compositor e produtor cultural, Don Gerson, transita como poucos entre a velha e nova escola do Hip Hop. O brasiliense já foi integrante de grupos importantes ao longo da sua jornada no rap que teve início em 1995. Em sua discografia constam 7 discos, cerca de 300 letras e inúmeras participações especiais em álbuns e shows de outros artistas.
Dono de um robusto currículo, Don Gerson chega agora com um novo lançamento intitulado “O homem do fim do mundo”. O clipe está sendo bem aceito nas plataformas, principalmente no Youtube somando cerca de 40 mil visualizações.
No novo clipe de Don Gerson o rapper aparece como um astronauta que viaja no tempo. O audiovisual é descontraído, porém cheio de simbologias que geram muitas reflexões sobre o tempo e o espaço.
A música remete uma pegada gangsta e relata o cotidiano das periferias. Fala dos manos que estão no corre do dinheiro por meio do tráfico por exemplo; ao mesmo tempo que relata outros anseios desses sujeitos que estão no “fim do mundo” e distantes do centro.
“Tive essa ideia de eu vim do fim do mundo, porque moro numa comunidade distante do centro e moro nas últimas quadras da comunidade e sempre escutei esse tipo de termo se referindo ao local. Então resolvi usar essa provocação como tema.” conta Don Gerson.
Antes de mais nada confira o registro de “O homem do fim do mundo”:
O diretor Alan Aktreze explica o conceito do clipe
Algumas cenas passam pelo surrealismo e segundo o diretor a ideia era usar essa linguagem de videoclipe mais moderna, mais livre e assim como a música de forma sutil, a questão do espaço.
“A proposta do clipe foi apresentar elementos visuais que trouxessem uma impressão também do que está sendo falado na letra. Ao mesmo tempo que fosse bem livre mesmo, bem solto, que às vezes parece até que não tem conexão uma coisa com a outra mas está tudo interligado.” conta o diretor Alan Aktreze.
O clipe traz uma referências por exemplo a “Anúbis” que representa a morte, na praça dos três poderes que está ali em frente ao Congresso Nacional onde tem uma fila de gado subindo a rampa no espelho de sangue com as cruzes.
O clipe também trabalha muito a questão do extra temporal, porque sobrepõe Brasília com vários monumentos e vários elementos do Antigo Egito. Brasília tem muitas construções em forma de pirâmides, muitas construções em formas triangulares, muitos monumentos, templos que remetem ao antigo Egito e o clipe traz essas referências.
Alan ressalta que teve bastante embasamento e buscou inspiração em estudos que compara Brasília a uma cidade do Antigo Egito que foi planejada também para ser a sede do poder, uma sede governamental e um centro político. Essa cidade “Akhenaton” também tinha um formato de um pássaro, semelhante a Brasília com seu formato de avião.
O clipe também remete ao fim do mundo como se estivesse entrando em colapso, o caos, em um determinado momento. “Tem uma versão que o Don Gerson está fugindo à realidade alternativa e tudo entra em colapso como se estivesse acabando, como se o mundo fosse uma máquina e tudo vira pixel, como se fosse um sistema.” conclui o diretor.