Literatura Periférica

Com todo esse bombardeio de informações e “distrações” que recebemos diariamente em redes sociais, ou mesmo por streaming de séries e filmes, fica a cada dia, mais e mais distante o hábito da leitura de bons livros. Tudo parece tirar a atenção da leitura, porém assim como o rap sempre foi um movimento de resistência desde sua existência, venho hoje lhes apresentar 05 livros sensacionais de pura consciência e de conteúdos inteligentes e construtivos para o seu e cotidiano e também a retratação de diversos temas periféricos e contundentes que as grandes mídias não dão muita atenção e ressalva. Pra dar inicio as indicações destes livros, destaco de primeira o mais novo trabalho do rapper Mv Bill com o livro “A Vida Me Ensinou A Caminhar”

Em “A Vida me Ensinou a Caminhar”, Mv Bill articula memorias sobre a vida na Cidade de Deus, comunidade no Rio de Janeiro onde o musico cresceu. Narra o abandono paterno, o que agregou responsabilidades ao menino cheio de sonhos, passando pela estreia no rap em 1991 com o grupo Geração Futuro.

São 27 capítulos onde ele narra historias que se passam em Aracaju, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasilia, Fortaleza, Teresina e Belém. O musico também descreve os bastidores de sua participação no festival Free Jazz, onde se apresentou com arma na cintura, durante as edições do Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1999. Mv Bill dedica um capítulo sobre os bastidores da primeira Comitiva do hip-hop nacional a ser recebida por um Chefe de Estado do Brasil, o então presidente Lula, no Palácio do Planalto, em Brasilia, em 2002. O carioca também homenageia a memoria do Chorão, ex-vocalista da banda de rock Charlie Brown Jr, com um capítulo sobre a amizade e a parceria surgida a partir dos bastidores do premio “VMB”, em 1998. A Vida me Ensinou a Caminhar tem foto assinada pelo renomado fotografo Marcos Hermes e arte da capa por Fred Messias.

A segunda indicação lhe trago o livro de Rashid… “Ideias que rimam mais que palavras – Vol.1”

É o primeiro livro de Rashid, rapper paulistano que cultiva desde a infância o gosto pela leitura e pelo universo literário. Como rimador, é referência de lírica e traz isso, agora, em novo formato, fazendo crônicas de suas músicas enquanto relembra momentos marcantes da carreira. Rashid narra partes de sua trajetória musical, indo dos dias mais precários até os mais expressivos, ao dar detalhes das composições e daquilo que o inspirou a fazer os versos que o tornaram consagrado.
O livro cobre o período de 2008 a 2014, enquanto construía uma base sólida de trabalho e abria caminho para os sonhos que escrevia em forma de poesia nos cadernos, seus diários de bordo que ainda têm muito a dizer.

Na terceira opção, destaco o autor Valo Velho com “My Way A Periferia De Moicano”

Esse livro tem importância de quem viveu dentro do tema, de quem foi o tema, e de quem construiu muita coisa desse movimento. O autor Valo Velho, fala muito dessa aproximação, também nos traz as guerras, as viagens, as lutas ideológicas e como o movimento Anarchopunk teve tanta influência de um país como a Finlândia.
Valo Velho, É um dos pioneiros da fundação do Movimento Anacrhopunk junto a indivíduos e coletivos da segunda metade da década de 80. Mobilizou campanhas anti militares e protestos contra armamentos nucleares e pela queda do muro de Berlin. Entre 95 e 99 fez parte de coletivos, cooperativas de trabalho autônomo, com os Panteras Negras, Hippies e Punk nos Estados Unidos.
Militante pacifista que tem dedicado seu tempo como professor voluntário em ONGs e projetos sociais desde 2000. Mora a 40 anos no Valo Velho, bairro do Extremo Sul da Zona Sul de São Paulo e porquanto o nome do bairro se tornou seu homônimo.
O Punk começou por volta de 76 na Europa e E.U.A. essas datas não são tão precisas, mas também não é só o surgimento da primeira banda ou seja limitado e exclusivamente a um estilo musical, tudo nasce numa simbiose. Punk mais que som, é um comportamento uma postura, um modo de viver mesmo tá ligado? E assim como todos movimentos não se separa isso. Surgiu como uma necessidade, no momento que a crise e o desemprego agravavam ou seja no final dos 70. Por serem tão diferentes, começam não querer permanecer no lugar a eles destinado, a periferia, a circulação pela cidade é constante e daí se produz o choque.
As denúncias estão feitas, as experiências vividas e as lutas travadas; não há nada que eu possa fazer para mudar a história de opressão que vivi, mas muito que eu possa fazer para que ela não se repita?”. Valo Velho.

No destaque, deixo com você leitor mais uma obra prima literária de Emicida, inspirado no mixtape “Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe…”

Emicida é um dos maiores nomes da cultura brasileira. Oriundo das batalhas de MC’s, consolidou sua carreira a partir de sua mixtape de estreia: Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe…, lançada em 2009. Agora, Emicida apresenta o livro comemorativo de dez anos de sua primeira mixtape. A obra é uma antologia ricamente ilustrada no melhor estilo Graphic Novel, inspirada no universo dos super-heróis e de seu álbum de estreia. Conta com a colaboração de mais de cem convidados, dentre artistas, rappers, ilustradores, especialistas e parceiros de trajetória do músico.
O livro mergulha na atmosfera de cada uma das 25 canções do trabalho com narrativas plurais e irrestritas, enfrentando temáticas variadas que passam pelo Hip-Hop, arte, moda, racismo, sexualidade, romance, política e negócios. Sempre com a sagacidade e crítica acertada que são marcas registrada do Emicida. A obra ainda traz uma reflexão do rapper sobre os fundamentos de sua arte urbana, em um paralelo que remonta às origens do jazz, além das letras oficiais de todas as faixas originais da mixtape.
A Antologia Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida, Até Que Eu Cheguei Longe…, é uma experiência visual, sonora e literária que transita por 54 autores convidados, 26 comentaristas e 25 ilustradores (dentre eles o comediante Thiago Ventura, a jornalista Eliane Brum e o sociólogo Jessé Souza), todos com a missão de apresentar um grande painel acerca das transformações sociais, culturais e políticas nesses 10 anos.
São 168 páginas em formato especial de 32cm por 23cm, com capa dura, ilustrado e em cores, com um conceito artístico que remete a estética original do disco. Um livro lançado pela Laboratório Fantasma em conjunto com a “LiteraRUA” com a responsabilidade de celebrar o legado da estreia de Emicida.

E pra fechar minha indicação de livros, destaco também o livro “Tinta Loka – Street Book” de Bonga Mac junto à jornalista Tamires Santana.

O livro Tinta Loka – Street Book é uma galeria de arte de rua ao alcance das mãos. Com curadoria do graffiteiro Bonga Mac junto à jornalista TamiresSantana, essa dupla de jovens escritores construiu uma verdadeira crew de arte urbana ao catalogar 70 intervenções artítisticas de graffiteiros e coletivos de graffiti. Ao longo das 208 páginas coloridas com Tinta Loka, o graffiti é tratado como a grande arte que é por meio desta edição de luxo, com capa dura e traços do graffiteiro Fhero impressos em dourado.
O prefácio ficou por conta de dois pioneiros do Hip-Hop: O graffiteiro Binho, empresário da 3º Mundo, produtor da Bienal Internacional Graffiti Fine Art. Além de Fab Five Freddy diretamente de Nova York. Também foi lendário apresentador do Yo! Raps na MTV estadunidense e co-produtor do clássico filme Wild Style.
Ao abrir o Book, escrito em português e inglês, o comentário do Kongo Mac saúda o leitor e apresenta o graffiti verde e amarelo para o mundo: “Para mim, São Paulo é a capital do graffiti sul-americano,” dispara o artista francês integrante da mesma crew internacional de graffiteiros que o paulistano Bonga Mac, ele ainda se mostra surpreso com a quantidade de estilos, talentos e técnicas que viu por aqui. “Esta energia é única no mundo”.
A seleção, é o maior mapeamento de graffiti de São Paulo, contou com artistas e graffiteiros emergentes das periferias e do interior do estado. Longe da badalação das galerias, dos bairros boêmios e dos holofotes dos meios de comunicação, mas dotados com trabalhos de excelência artística e relevância social.
Tamires Santana ao conceber o projeto com Bonga Mac fez uma exigência, que o livro incluísse mulheres graffiteiras, como os trabalhos de Bárbara Goy, Lia Fenix e Lola, todas elas presente na obra.
Sem deixar de valorizar a arte e seu valor cultural, Tinta Loka – Street Book inova ao retratar 15 “iniciativas coletivas que se utilizam do graffiti arte para provocar, envolver e inspirar.”, como bem define o graffiteiro Does na contracapa do livro, ao se referir aos grupos que atuam em ações do graffiti e arte urbana como instrumentos de transformação social. E por falar em ação social o projeto não ficou apenas no papel, foram oferecidas oficinas durante o Circuito Spray, para incentivar e auxiliar crianças na arte do graffiti, alcançando mais de 200 pessoas na grande São Paulo.
Tinta Loka – Street Book recebeu o patrocínio da Fundação Stickel para a confecção da obra que já é o maior registro histórico da cultura do graffiti paulista e do Hip-Hop brasileiro. O livro ainda traz um glossário com os principais termos usado pelos artístas das paredes. Mais uma publicação de peso da editora LiteraRUA, especializada em música, Hip-Hop, literatura periférica e cultura urbana.

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Gringos Records – 07/06/2022:

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